Recebi pouco tempo atrás uma mensagem religiosa que tratava do assunto palmadas e do aborto em nosso país.
Ela citava que estuda-se no Congresso mais uma daquelas propostas de leis que, a meu ver, não possuem sentido nem propósito quando comparamos a sua motivação e os seus objetivos a tantas outras que deveriam estar sendo criadas tratando de assuntos que, de fato, mereceriam atenção dos poderes públicos, o que não acontece.
Trata-se de proibir e de conseqüentemente apenar todos os pais que dêem palmadas em crianças considerando e tipificando esse ato como uma violência que estará a se cometer contra a infância, compreendida essa, é claro, da mais tenra idade até os 18 anos.
Claro que não se pensa em apenar um jovem drogado de 13 até 18 anos que ataca seus pais, agride a mãe, os avós idosos, etc. Esses são protegidos legalmente( são menores) e podem ferir, estuprar, matar etc., sem risco de serem condenados a prisão.
O leitor haverá de concordar comigo, ao fim desta leitura, que o assunto em pauta é, no mínimo, motivo e razão para riso, se não fosse dramático, pela importância que certos parlamentares passaram a dar a um comportamento que não causou nenhum trauma para milhões de brasileiros que foram educados, durante séculos, recebendo palmadas de seus pais quando as mereciam.
E entenda-se que não defendo surras, agressões ou violências físicas nem de qualquer outra ordem contra crianças e jovens adolescentes.
Mas, diante de uma fato concreto, visto que em julho o governo federal apresentou um novo projeto de lei, que criminaliza as antigas palmadas dadas nas crianças, defendo o uso dela como uma forma corretiva que sempre foi usada com sucesso por nossos pais, avós e ancestrais.
Eu mesmo levei algumas quando criança e, sempre entendi que elas fizeram parte integral da minha educação sem que nenhum excesso tivesse sido cometido por meus pais.
Acho até que elas trouxeram um bom resultado e não consigo ver nessas palmadas nenhum malefício.
Elas não me causaram nenhum trauma nem precisei ir ao analista para me curar delas ou de algum problema psicológico que elas tivessem direta ou indiretamente causado ou provocado.
Lembro que tanto meu pai como minha mãe pareciam sofrer mais do que eu quando elas aconteciam esporadicamente e nenhuma delas jamais excedeu os limites considerados adequados e normais para esse tipo de castigo.
Elas me ajudaram até a desenvolver noções mais claras e precisas do que era o certo e o errado no meu comportamento para com a minha família e para com os outros.
E embora respeite o que certos educadores pensam sobre dar ou não palmadas, defendendo que existem outras formas para se melhor educar crianças e adolescentes, enfatizando o diálogo como uma dessas formas, acho muito discutível que esse de fato ocorra na maioria das famílias brasileiras. Ou alguém desconhece que os pais não estão com seus filhos quase nunca nem dialogam com eles sobre quase nada.
Não existe tempo nem para que todos façam as refeições juntos quanto mais para sessões de aconselhamento e de discussão dos reais problemas de relacionamento entre pais e filhos.
E só quem não quer ver é que não percebe que hoje a maioria das crianças e dos adolescentes faz quase tudo o que quer fazer sem nenhum controle nem disciplina.
Eles se dão o direito de usar drogas, de beber e de fumar " baseados" até ficarem drogados e bêbados sob os olhares complacentes de seus pais, da família e da sociedade cada vez mais tolerante e permissiva com essa juventude, a maioria, sem orientação, valores, princípios e nem rumo.
Mas se palmadas é um assunto que alguns políticos julgam tão importante que mereça a atenção da sociedade, não posso ignorar que uma realidade muito mais séria não seja igualmente motivo e razão para questionamentos e para ainda um maior repúdio que aquele referente ao direito dos pais darem ou não palmadas.
A meu ver existe muita hipocrisia quando a pretexto de se defender crianças de palmadas não se faz o mesmo em relação ao aborto, que as mata ainda no ventre da mulher, sem que nenhuma delas possa opinar nem se manifestar sobre a sua morte e sem nada poder dizer contra tal assassinato.
Essa enorme contradição leva a que muitos dos "defensores das criancinhas", contra a "violenta" palmada, sejam os mesmos que estão ao lado dos que defendem e pregam a liberdade para o aborto generalizado como um direito incontestável da mulher. Um direito de matar uma vida que está a nascer e que não pediu a ninguém para ser gerada como fruto de um " acidente de trabalho" ou de algo bem pior!!!
Cabe então a questão: matar não é pior do que punir?
E esse absurdo e contrasenso de colocar como um direito da mulher o cometimento do aborto, independentemente do mês de gravidez, significando que até o nono mês de gravidez a criança poderá ser esquartejada, desmembrada, etc., me causa repulsa por ver como o "direito maior a vida" foi relegado a milésimo plano nada mais representando em nosso mundo.
Pior: hoje através da ciência médica sabemos que a criança, já nos primeiros meses de vida, se apercebe de muito do mundo exterior, ouvindo sons e sentindo dor.
É de fato incrível que vivamos num mundo em que pais que não aceitaram abortar seus filhos, tendo para com eles responsabilidade, carinho, amor e dedicação, não possam dar palmadas quando eles crescerem, como uma forma educativa e corretiva necessária, e absolutamente desprovida da violência que se pretende colocar nesse gesto, que não trará nenhuma conseqüência negativa para a formação de sua personalidade.
Como se o aborto não trouxesse para a mulher, que o faz, problemas e conseqüências físicas, mentais, psicológicas, sociais, familiares, etc., de muito maior peso e importância.
Sim, aborto mata a criança e muitas vezes a mãe em decorrência de complicações médicas visto as condições em que eles são praticados. E pode trazer para muitas mulheres a impossibilidade futura de ter outros filhos.
A hipocrisia de tudo isso, para não usar outra palavra mais pesada, está no fato que no caso da criança ela nunca terá chance de se desenvolver, de crescer e de viver porque ela está sendo prematuramente assassinada ainda no ventre da mulher.
E as seqüelas físicas, psicológicas e religiosas, acontecem para muitas mulheres que após o aborto sofrem com o que virá após! Problemas de esterilidade, de consciência, de arrependimento, etc.
Fato é que vivemos num mundo onde a presença de Deus, não aquele criado pelo homem a sua imagem e semelhança, nem aquele pregado pela maioria das religiões que só visam comercializar a salvação e a entrada dos ingênuos e crentes no paraíso, é cada vez menor e menos consistente e profunda.
Não existe mais Deus na família nem na sociedade. O que existe e muito são falsos deuses que através de um grande número de pastores, rabinos, padres, mulás, etc. buscam manipular o ser humano com objetivos os mais terrenos. Objetivos de poder, de ganho financeiro e de bens materiais como se na verdade o seu trabalho tivesse que ser bem remunerado por se tratar de um mero emprego e não de uma "missão" em nome de Cristo.
São fariseus que exploram a credulidade de tantos. Que não se posicionam sobre o que é polêmico ou sobre o que não lhes vai trazer fama, poder e benefícios materiais e financeiros a curto prazo.
Por isso se preocupam tanto em dar suporte e apoio a tantas leis contraditórias achando que cabe ao homem decidir o que é errado ou certo como se a palavra final fosse dele e não de Deus.
Esquecendo que uma sociedade de muitas leis é proporcionalmente ainda mais doente e perdida tendo em vista uma necessidade maior de regular e de proibir a ocorrência dos muitos e variados delitos que elas, as leis, pretendem coibir.
A regulação de uma matéria como essa das palmadas, que não possui significado maior, lembra palavras de Cristo quando ao dirigir-se aos fariseus disse: ...hipócritas! pagais o dízimo da hortelã (...), mas desobedeceis os pontos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade! (...) Guias cegos, coais um mosquito, mas engolis um camelo! (Mt 23,23-24).
Sem dúvida a proteção da criança e do adolescente sempre será bem vinda e bem acolhida mas a meu ver são hipócritas os que a pretexto dessa defesa "contra palmadas" querem da mesma forma, por outro lado, legalizar o aborto sem maiores questionamentos éticos, morais e religiosos.
Sim, chega de hipocrisia e de falsos valores e princípios que são usados para defender interesses e objetivos circunstanciais, fruto de certos modismos e de "avanços" que nada mais são que retrocessos, quando analisados sob a luz do bom senso e do que de verdadeiro deve ser a legítima proteção da criança e da mulher em nosso mundo atual.
Nossa!!!!! seu blog é d+....vou visitá-lo sempre pra roubar idéias rsrsrs Abtraços e parabéns.Prof. Isabel
ResponderExcluirExcelente texto! Ótimo poder compartilhar! Beijinhos, Vera.
ResponderExcluir