quinta-feira, 26 de abril de 2012

ARTIGO SOBRE AGRESSIVIDADE

Fonte: http://www.jornaldamanhamarilia.com.br/noticia/12834/Agressividade-na-escola/

Agressividade na escola
21/04/2012

Segundo Jean Piaget (1896-1980), pai da teoria psicogenética, a inteligência não é herdada, mas construída na interação dos indivíduos em seu contexto físico e social, isto é, o conhecimento intelectual se desenvolve em bases afetivas. Cognição e afeto são faces de uma mesma moeda. Uma não subsiste sem a outra. Para uma criança assimilar os conteúdos escolares, não é suficiente fazer uma avaliação de sua capacidade intelectual. Variados mecanismos psicopedagógicos cumprem esta tarefa, na maioria das vezes, a contento. Faz-se necessário um acompanhamento da capacidade afetiva de todas as pessoas envolvidas no processo de ensino e aprendizagem junto da criança, não somente dela, mas de seus pais, professores, funcionários da escola, bem como de toda a sociedade. Sentindo a onipresença do problema da agressividade na vida de muitas crianças, adolescentes e jovens em seus lares e escolas, a seguinte carta registra as dificuldades de um aluno em seu processo de aprendizagem: Pai, eu tenho muita vontade de me aproximar dos meus colegas da Escola, mas não sei o que acontece comigo que não consigo. Quando estou perto deles, sinto vontade de bater neles. Será que este problema não está em nossa casa?

Sabe pai, acho que sou impulsivo demais nas minhas atitudes porque não recebo carinho, como eu gostaria e preciso. Eu não sei, mas pode ser que eu esteja assistindo algum tipo de violência, física ou emocional, aqui em casa e não poderia, não é mesmo?

Certo dia, ouvi o professor falando que sou agressivo com os meus colegas, porque o senhor não impõe limites, ou é muito tolerante quando eu faço o que não deveria fazer, não entendi muito bem, mas se for isto, só o senhor pode resolver esta situação. Mas, pode ser também, porque não sei “perder”, não tolero ser frustrado em minhas intenções. Pai, eu quero e preciso do seu apoio para resolver esta situação, além do da Escola. Pode ser que eu esteja, simplesmente, reproduzindo um comportamento que estou vendo em casa e/ou na escola, mas eu quero e preciso de ajuda, de você e da escola, para mudar este meu jeito de ser. Pai, a agressividade não é a melhor maneira de resolver os problemas, ela não é normal; ela só piora as situações, inclusive me atrapalha em aprender as matérias na Escola. Eu posso e quero ser uma criança calma, e para que isto aconteça eu preciso de ajuda. Pai, eu sei que com cooperação, amizade e diálogo este problema pode ser solucionado, por isso estou conversando com o senhor sobre isto. Não, o professor não está com “marcação” em cima de mim, porque outros colegas com a mesma dificuldade estão encaminhando a mesma cartinha para os pais deles.

O professor disse que eu tenho muitas qualidades positivas: sou uma criança inteligente, curiosa, asseada, que eu consigo comandar os meus colegas nas atividades em sala de aula, e muitas outras coisas. Mas pai, eu não consigo evitar os conflitos, nem resolvê-los sem ser agressivo.

Sei que com a sua ajuda e com a da escola posso aprender a melhorar como pessoa e aprender muitas coisas necessárias com o meu professor. Por favor, me ajude. Seu filho.

(Sílvio Lopes Peres – Prof. Ms. Psicólogo - CRP 06/109971 – Formado pela FAEF/Garça – http://psijung.blogspot.com/)


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