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quinta-feira, 26 de abril de 2012

ARTIGO SOBRE AGRESSIVIDADE

Fonte: http://www.jornaldamanhamarilia.com.br/noticia/12834/Agressividade-na-escola/

Agressividade na escola
21/04/2012

Segundo Jean Piaget (1896-1980), pai da teoria psicogenética, a inteligência não é herdada, mas construída na interação dos indivíduos em seu contexto físico e social, isto é, o conhecimento intelectual se desenvolve em bases afetivas. Cognição e afeto são faces de uma mesma moeda. Uma não subsiste sem a outra. Para uma criança assimilar os conteúdos escolares, não é suficiente fazer uma avaliação de sua capacidade intelectual. Variados mecanismos psicopedagógicos cumprem esta tarefa, na maioria das vezes, a contento. Faz-se necessário um acompanhamento da capacidade afetiva de todas as pessoas envolvidas no processo de ensino e aprendizagem junto da criança, não somente dela, mas de seus pais, professores, funcionários da escola, bem como de toda a sociedade. Sentindo a onipresença do problema da agressividade na vida de muitas crianças, adolescentes e jovens em seus lares e escolas, a seguinte carta registra as dificuldades de um aluno em seu processo de aprendizagem: Pai, eu tenho muita vontade de me aproximar dos meus colegas da Escola, mas não sei o que acontece comigo que não consigo. Quando estou perto deles, sinto vontade de bater neles. Será que este problema não está em nossa casa?

Sabe pai, acho que sou impulsivo demais nas minhas atitudes porque não recebo carinho, como eu gostaria e preciso. Eu não sei, mas pode ser que eu esteja assistindo algum tipo de violência, física ou emocional, aqui em casa e não poderia, não é mesmo?

Certo dia, ouvi o professor falando que sou agressivo com os meus colegas, porque o senhor não impõe limites, ou é muito tolerante quando eu faço o que não deveria fazer, não entendi muito bem, mas se for isto, só o senhor pode resolver esta situação. Mas, pode ser também, porque não sei “perder”, não tolero ser frustrado em minhas intenções. Pai, eu quero e preciso do seu apoio para resolver esta situação, além do da Escola. Pode ser que eu esteja, simplesmente, reproduzindo um comportamento que estou vendo em casa e/ou na escola, mas eu quero e preciso de ajuda, de você e da escola, para mudar este meu jeito de ser. Pai, a agressividade não é a melhor maneira de resolver os problemas, ela não é normal; ela só piora as situações, inclusive me atrapalha em aprender as matérias na Escola. Eu posso e quero ser uma criança calma, e para que isto aconteça eu preciso de ajuda. Pai, eu sei que com cooperação, amizade e diálogo este problema pode ser solucionado, por isso estou conversando com o senhor sobre isto. Não, o professor não está com “marcação” em cima de mim, porque outros colegas com a mesma dificuldade estão encaminhando a mesma cartinha para os pais deles.

O professor disse que eu tenho muitas qualidades positivas: sou uma criança inteligente, curiosa, asseada, que eu consigo comandar os meus colegas nas atividades em sala de aula, e muitas outras coisas. Mas pai, eu não consigo evitar os conflitos, nem resolvê-los sem ser agressivo.

Sei que com a sua ajuda e com a da escola posso aprender a melhorar como pessoa e aprender muitas coisas necessárias com o meu professor. Por favor, me ajude. Seu filho.

(Sílvio Lopes Peres – Prof. Ms. Psicólogo - CRP 06/109971 – Formado pela FAEF/Garça – http://psijung.blogspot.com/)


segunda-feira, 27 de setembro de 2010

PAIS QUE NÃO IMPÕEM LIMITES PODEM PREJUDICAR O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Outro dia estava visitando uma escola que iniciava seu ano letivo. Havia várias crianças bem pequenas em adaptação. Algumas mães choravam, outras pareciam inquietas, outras irritadas. As crianças ora choravam, ora mostravam interesse e curiosidade. Uma situação bastante inquietante. Aos poucos, cada um era levado para sua sala, acompanhado pela professora, "a tia", e os amiguinhos. Porém, a curiosidade, nem sempre, suplantava a insegurança de deixar para trás o aconchego conhecido para desbravar um novo território. No olhar de cada mãe e de cada criança havia um quase "pedido de socorro". As mães pareciam estar fazendo algo imperdoável com seus filhos.
O primeiro dia de escola na vida da criança e da sua família é algo a ser celebrado, assim como o engatinhar, o caminhar e tantas outras conquistas. Entretanto, para algumas mães, é um momento de muita ambivalência, principalmente quando os pequenos são bem pequenos, por volta dos dois anos. As mães entendem que ir à escola é uma necessidade não só delas, mas dos seus filhos, porém alimentam a idéia da necessidade de controle sobre o desenvolvimento e o crescimento, e nem sempre se adequam com rapidez às mudanças inerentes ao desenvolvimento do seu filho, inclusive, encarando como um grande privilégio o acesso dos seus filhos a outra parte do processo educativo, agora fora de casa.
"Como dar o melhor aos filhos se você não faz o melhor na relação com o ambiente, com o professor, com a escola e com todos que estão inseridos no dia a dia do processo de educação?"
Voltando à cena anterior, enquanto eu passeava pela escola, observei que duas mães estavam dentro da sala de aula, achei estranho. Enfim, imaginei que para algumas crianças ou, melhor, para algumas mães, a situação havia se complicado mais. Continuei observando. Para minha surpresa, as duas mães, ora "papeavam" entre si, ora uma delas falava ao celular. A professora, muito nova, não sabia o que fazer e as crianças se agitavam. Até que num dado momento, não bastasse o desrespeito de falar ao telefone numa sala de aula, uma das mães começa a interferir nas ações da professora, sugerindo como devia agir com as crianças. Pensei: como é possível qualquer profissional, principalmente em educação, trabalhar de maneira autônoma nessa situação? Como uma mãe se vê com tanta autoridade? Dessa maneira nenhuma criança consegue aderir ao processo educacional escolar. A adaptação se tornará mais difícil e demorada!
Para completar, uma das mães reclama da escola e ameaça não voltar. Claro, estou relatando uma exceção, felizmente! De qualquer maneira, isto nos dá a idéia do que assistimos todos os dias: crianças e jovens com uma imensa dificuldade para crescer, assumir as responsabilidades próprias da sua idade, respeitar as hierarquias e seguir numa trajetória em que pai e mãe podem estar ao lado, não a frente, nem atrás. Além disso, fica mais que provado que educação ocorre por meio de atitudes coerentes, "faça o que digo e faça o que faço", por parte daqueles que são os responsáveis pela criança e pelo jovem. A velha e conhecida fórmula: exemplo.
Eleanor Roosevelt dizia: "a melhor maneira de dificultar a vida dos filhos, é facilitá-la para eles." Claro, não estou defendendo a criação de dificuldades desnecessárias, mas por que eliminar aquelas que são parte do crescimento? E, pior: como dar o melhor se você não faz o melhor na relação com o ambiente, com o professor, com a escola e com todos que estão inseridos no dia-a-dia do processo de educação?
Os livros de desenvolvimento infantil e as mais variadas teses originadas pelos mais diversos estudiosos do comportamento de crianças comprovam todos os dias, que o amor, a celebração, a verdadeira capacidade de compreender o outro e as atitudes dos pais no dia-a-dia são os principais ingredientes que nutrem o desenvolvimento biopsicossocial saudável, capacitando os seres humanos, em todas as fases da sua vida, a enfrentar seus desafios. Sem dúvida uma das maneiras de aprender é pela imitação. Pais são modelos, sempre!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

CONFERÊNCIA DO BILL GATES

Bill Gates foi convidado para proferir uma conferência numa escola secundária norte-americana acerca de um tema amplo: "o papel da escola na vida das pessoas". Todos esperavam que ele fosse fazer um discurso de uma hora ou mais. Entretanto foi muito conciso, optando em discorrer sobre um tema inverso ao que lhe foi proposto, "coisas que estudantes não aprenderiam na escola". Dizendo que "a política educacional de vida fácil para as crianças vem criando gerações sem noções e sem conceitos do que seja a realidade", concluiu que esta política tem levado as pessoas a falharem em suas vidas posteriores à escola. Sugeriu 11axiomas (pediu licença para chamar de "regras") para minimizar esta tendência a conceber-se e se viver uma vida ilusória, virtual e distanciada do cotidiano e das realidades.

“- Vocês estão se formando e deixando os bancos escolares, para enfrentarem a vida lá fora. Não a vida que você querem, não a vida que vocês sonharam ter, a vida como ela é. Você estão saindo de um mundo educacional que está pervertendo o conceito da educação, adotando um esquema que visa proporcionar uma vida fácil para a nova geração. Essa política educacional leva as pessoas a falharem em suas vidas pessoais e profissionais mais tarde. Vou compartilhar com vocês onze regras que não se aprendem nas escolas:
Regra 1
A vida não é fácil, acostume-se com isso.
Regra 2
O mundo não está preocupado com a sua auto-estima. O mundo espera que você faça alguma coisa útil por ele ANTES de sentir-se bem com consigo mesmo.
Regra 3
Você não ganhará R$ 20.000,00 por mês assim que sair da escola. Você não será vice-presidente de uma empresa com carro e telefone à disposição antes que tenha conseguido comprar seu próprio carro e telefone.
Regra 4
Se você acha seu professor rude, espere até ter um chefe. Ele não terá pena de você.
Regra 5
Vender jornal velho ou trabalhar durante as férias não está abaixo de sua posição social. Seus avós têm uma posição diferente para isso: eles chamam de oportunidade.
Regra 6
Se você fracassar, não será por culpa de seus pais. Então não lamente seus erros, aprenda com eles.
Regra 7
Antes de você nascer, seus pais não eram tão críticos como agora. Eles só ficaram assim por pagar as suas contas, lavar suas roupas e ouvir você dizer que eles são “ridículos”. Então, antes de salvar o planeta para a próxima geração dos seus pais, tente limpar seu próprio quarto.
Regra 8
Sua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e perdedores, mas a vida não é assim. Em algumas escolas, você não mais repete ano e tem quantas chances precisar até acertar. Isso não se parece com absolutamente NADA na vida real. Se pisar na bola, será despedido. RUA!!! Faça certo da primeira vez.
Regra 9
A vida não é dividida em semestres. Você não terá sempre os verões livres e é pouco provável que outros empregados o ajudem a cumprir suas tarefas no fim de cada período.
Regra 10
Televisão NÃO é vida real. Na vida real, as pessoas têm que deixar o barzinho ou a boate e ir trabalhar.
Regra 11
Seja legal com os CDFs (aqueles estudantes que os demais julgam que são uns babacas). “Existe uma grande probabilidade de você ir trabalhar para um deles.”

sábado, 5 de junho de 2010

COMO FAZER DA ROTINA UMA ALIADA

                                                                      DIA-A-DIA
Prever, passo a passo, as tarefas a desempenhar dentro e fora da classe ajuda a obter os resultados esperados.Preparar cada aula, organizar o material didático, levantar diferentes recursos para ensinar um conteúdo e cuidar da ambientação da sala - sem abrir mão da formação continuada. São muitas as atividades que constroem o dia-adia do professor. Orquestrar todas com maestria é a chave para atingir os objetivos. A rotina é fundamental para garantir o bom andamento das atividades Confira a seguir algumas das práticas mais eficazes para criar uma rotina que ajude a melhorar o desempenho da turma:
Ter um jeito próprio de se organizar
Não existe certo ou errado quando se fala em rotina profissional. Cada professor precisa descobrir as ferramentas que melhor se encaixam ao seu estilo de trabalho. Pode ser um bloco do tipo agenda, um caderno tradicional ou um arquivo de computador.
Planejar com antecedência
Separar o material didático previsto para ser usado na semana seguinte e reservar um dia para rever o roteiro de atividades é sempre bom para garantir que nenhum detalhe seja esquecido.
Reservar espaço para estudar
Manter-se atualizado, tanto em relação aos conteúdos quanto à prática de sala de aula, é fundamental. Você pode fazer um mestrado, uma especialização ou apenas estabelecer uma rotina de estudos em casa (com muitos livros e pesquisa via internet). O que vale é crescer sempre.
Organizar o espaço
As atividades previstas para o dia serão desenvolvidas individualmente ou em grupos? Prever a melhor maneira de ambientar a sala de aula é o primeiro passo.
Compartilhar o planejamento
Contar aos alunos o que será feito ao longo do dia é importante por dois motivos. Em primeiro lugar, porque eles ficam mais confortáveis, sem aquela euforia de 'o que será que vem agora?'. Depois, porque faz com que saiam da postura passiva de quem está sempre aguardando um comando.
Definir as tarefas
Cada conteúdo exige um tipo de atividade. Enquanto os alunos produzem textos ou resolvem problemas, uma boa dica é circular pela sala, acompanhando a evolução de cada um.
Prever atividades extras
Nem tudo sai conforme o previsto, certo? Portanto, ter na manga algumas tarefas capazes de envolver a turma é sempre bom. No dia-a-dia, isso vale também para aqueles alunos que sempre terminam tudo antes dos outros - mas não podem ser deixados de lado.
Antecipar a aula seguinte
Encerrar o dia informando o que será realizado no dia seguinte é uma ótima estratégia porque gera uma expectativa positiva e permite que os alunos se preparem melhor ao compreender que há continuidade no processo educativo.
Trocar ideias na escola
Reuniões com os colegas, a coordenação pedagógica e a direção são fundamentais para revisar o planejamento e encaminhar as questões mais relevantes.
Pensar grande
É preciso ter uma visão de conjunto para poder planejar a rotina diária.Mecanismo de registro ajuda muito nesse sentido Alguns preferem escrever, outros preferem fazer esquema só não pode mesmo é fazer tudo de cabeça.
"É preciso deixar tudo organizado"
Referência:
• Revista Nova Escola – Edição Especial nº 21 – Planejamento – Janeiro/09.

domingo, 30 de maio de 2010

ADAPTAÇÃO : O FIM DE CINCO MITOS.

Para acabar de vez com velhas crenças sobre os primeiros dias dos pequenos na escola
Crianças chorando e pais ansiosos. Esse é o cenário que se vê todo início de ano nas portas de creches e pré-escolas. O momento é tenso para eles e também para o professor.
Por isso, elegemos cinco ideias que caíram no senso comum e certamente estão na cabeça dos professores.
Com as informações sobre os mitos que estão a seguir, será possível desconstruí-los, mostrando o que acontece com as crianças. Dessa forma, os professores terão mais segurança ao agir e certamente terão mais sucesso na integração da criança à escola sem traumas.
Ao sair do ambiente familiar, a criança aos poucos deixa a fase de anomia, que é o desconhecimento das regras sociais, e passa para a heteronomia, ou seja, começa a reconhecer as normas de convívio, mas ainda não as incorpora. A adaptação, portanto, nada mais é do que uma passagem bem marcada da primeira para a segunda fase. "O processo é demorado e somente ao longo da vida ela chega à autonomia, tornando-se responsável pelos seus atos.
Já para os pais, o momento é mesmo de nervosismo e apreensão: "Eles ainda não têm total confiança na escola e precisam de informações para se sentirem seguros.
É preciso saber lidar com os familiares, pois eles são importantes no processo de aprendizagem. Cabe a equipe escolar intermediar a relação entre a escola e os pais, suprindo-os com os dados necessários sobre a rotina e a interação dos filhos com as propostas pedagógicas.
Mito 1
Criança que não compartilha brinquedos não está adaptada.
"Você tem de dividir o brinquedo com seu amiguinho." "Isso não é seu, empreste para ele." Frases como essas são comuns em uma sala de Educação Infantil. Para a criança, muitas vezes, elas podem soar como uma ordem, uma obrigação, causando choro e recusa. Aos olhos dos adultos, a negação da criança em dividir é vista como egoísmo. Criar uma situação ameaçadora, aumentando o tom de voz ou sugerindo uma punição caso a criança não divida ou colabore com um colega, não é o caminho.
O que acontece - Nos primeiros anos de vida, a criança encontra-se num momento autocentrado do seu desenvolvimento e desconhece as regras de convivência social. A compreensão do sentido e do prazer de compartilhar virá posteriormente, depois de um processo mais amplo de reconhecimento do outro.
Como resolver - Ter conhecimento sobre as referências teóricas sobre as fases de desenvolvimento das crianças e seus comportamentos, como os estudos do educador francês Jean Piaget (1896-1980). O trabalho com estratégias de partilha e colaboração pode ser facilitado se o professor for orientado a montar em sala grupos menores, com duas ou três crianças, e a promover combinados - como o de que a criança pode ficar com um brinquedo por certo tempo, mas que depois deve cedê-lo ao colega. Agir de maneira firme e ao mesmo tempo acolhedora, a fim de mediar os conflitos e não negá-los ou resolvê-los de forma impositiva, é outra dica. Na hora do impasse, o ideal é expor o conflito e descrever para a criança as consequências de querer o objeto só para ela. Além disso, incentivar que elas verbalizem o que estão sentindo e encontrem soluções em conjunto ajuda no processo de mudança de atitude.
Mito 2
Criança adaptada é extrovertida e participativa.
Durante uma brincadeira de roda, a turma está toda junta, cantando. Apenas uma criança olha para o teto, cantarola baixinho alguns versos e não interage com as outras. A professora chama a atenção: "Cante mais alto! Você está triste? Por que nunca participa?" Certamente, quem age assim pensa que está incentivando a interação. Contudo, pode ocorrer o efeito contrário. O mais adequado é se perguntar qual estratégia seria melhor para que a criança responda às atividades. Elogiar apenas os alunos mais participativos aprofunda o sentimento de não-pertencimento.
O que acontece - Existem as crianças extrovertidas, como também as tímidas. O respeito à personalidade de cada uma é essencial para o processo de adaptação e o direito à timidez precisa ser assegurado.
Como resolver - As estratégias para integrar as crianças devem ser procuradas pelo conjunto de educadores - e, certamente, com a ajuda dos pais. Para tanto, uma entrevista do coordenador pedagógico com os familiares sobre as preferências dos filhos é fundamental. Esse material será cruzado, durante a formação, com os registros de classe, relatórios de adaptação e portfólios. O que está sendo proposto atende às necessidades da criança? É possível também fazer visitas à sala ou gravar vídeos para perceber as práticas que funcionam melhor para cada criança e para o grupo.
Mito 3
Na Educação Infantil, todos precisam ser amigos.
"Que coisa feia! Dá a mão para o seu colega." Fazer com que as crianças se tornem amigas não é tarefa da escola, mas ensinar a conviver é um conteúdo imprescindível na Educação Infantil. Nem crianças nem adultos são amigos de todas as pessoas que conhecem e não por isso a convivência pessoal ou profissional é inviável. O papel do professor é incentivar e valorizar o que as crianças têm em comum. A escolha sobre com quem elas desejam ter uma relação mais próxima é absolutamente dela.
O que acontece - No período de adaptação, primeiro há a criação do vínculo para que o trabalho escolar aconteça. Ele deve estar baseado no respeito entre as crianças e entre elas e os professores. Aos poucos - e naturalmente -, a afetividade vai sendo construída baseada nas afinidades dentro do grupo.
Como resolver - Os educadores devem intervir apenas quando a amizade prejudica a participação nas atividades (por exemplo, quando uma criança só quer ficar com alguns colegas e se isola do coletivo). A professora precisa desenvolver um olhar atento sobre as situações ideais para explorar os gostos comuns em favor da aprendizagem. Nos encontros de formação, invista na criação de oportunidades para que os pequenos se apresentem e falem dos seus objetos preferidos e discuta as situações reais que acontecem em sala.
Mito 4
Quando estão integrados ao grupo, os pequenos não choram mais.
Basta chegar à escola que as lágrimas aparecem. Se a mãe vai embora, elas aumentam. Na hora de brincar, de comer, de ler, choro. Muitos professores ficam desesperados e tentam distrair a criança mostrando imagens ou arrastando-a para um canto com brinquedos. Um engano, pois essa atitude pode atingir o objetivo imediato - que é acabar com o choro -, mas não resolve o problema.
O que acontece - Essa manifestação é apenas um sintoma do desconforto da criança. Interpretar esse e outros sinais - como inapetência e doenças constantes - é fundamental durante a adaptação. O que eles significam? Por outro lado, a ausência do choro não quer dizer que a criança está necessariamente se sentindo bem: o silêncio absoluto pode ser um indicador de sofrimento.
Como resolver - Uma criança que passa longos períodos chorando necessita de acompanhamento mais próximo até a criança se sentir mais segura. Ajuda também ter um plano para receber bem as crianças na primeira semana de aula. O uso de tintas, água e brincadeiras coletivas variadas é um exemplo de práticas atraentes que ajudam os pequenos a se interessar pelo novo espaço. Fazer com os professores uma orientação programada para que as crianças tragam objetos de casa - como fraldas, panos e brinquedos, que vão sendo retirados paulatinamente - auxilia a reduzir a insegurança.
Mito 5
A presença dos pais nos primeiros dias só atrapalha a adaptação.
Na porta da sala, uma dezena de pais se acotovela querendo ver os filhos em atividade. A cena, pesadelo para muitos professores de Educação Infantil, que não sabem se dão atenção às crianças ou aos adultos, é representativa de um elemento essencial para que a adaptação aconteça bem: a boa integração entre a família e a escola, que deve acontecer desde o começo do relacionamento.
O que acontece - Nem todo pai ou mãe conhece as fases de desenvolvimento da criança e as estratégias pedagógicas usadas durante a adaptação. Eles têm direito de ser informados e essa troca é fundamental na transição dos pequenos do ambiente doméstico para o escolar. A ansiedade dos pais vai diminuir à medida que a confiança na escola aumenta - e isso só acontece quando há informações precisas sobre a trajetória dos pequenos.
Como resolver - É função do coordenador pedagógico acolher as famílias, fazer entrevistas para conhecer a rotina da criança e explicar o funcionamento e a proposta pedagógica da escola, além de estabelecer um combinado sobre a permanência dos pais na unidade durante a adaptação. Criar juntamente com os professores um guia de orientação para eles com dicas simples - como conversar com a criança sobre a ida à escola, a importância de levá-la até a sala e de chegar cedo para evitar tumulto - pode evitar problemas. Além disso, desenvolver um relatório de distribuição periódica, com informações sobre os progressos na aprendizagem e na socialização das crianças ajuda a aplacar a ansiedade dos pais.
BIBLIOGRAFIA
A Construção do Real na Criança, Jean Piaget, Ed. Ática.
Os Fazeres na Educação Infantil, Maria Rosseti e outros, Ed. Cortez.
Manual de Educação Infantil, Anna Bondioli e Suzanna Mantovani, Ed. Artmed.
“A identidade da escola se afirma na articulação com as outras instituições sociais – a família, a comunidade – e se configura no cumprimento da tarefa de socializar de modo sistemático a cultura e de colaborar na construção da cidadania democrática”.
Terezinha Azeredo Reis

AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM ORAL

O QUE É LINGUAGEM?
• É um ato individual de vontade e inteligência, utiliza de códigos com a finalidade de expressar seu pensamento pessoal;
• Enriquecida pela relação e afirmada pela realização. Por meio de expressão humana, é sinal de vivacidade, imaginação, senso de observação e maturidade, assim como um índice de desenvolvimento da inteligência, equilíbrio, afetivo e expansão do caráter.
FATORES QUE CONDICIONAM O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM
Relacionados com a criança:
• Deve ter desde o seu nascimento estrutura neuromotoras sensoriais e mentais adequadas e conserva-las ao longo de seu desenvolvimento.
Relacionados com o tipo de vínculo entre pais e filhos:
• A influência do meio ambiente no desenvolvimento da linguagem é indubitável, pois pode favorecer ou inibir.
• Ex: MÃE= Fornece um modo excelente de modelo verbal. Articula com clareza, usa frases curtas;
• MÃE= Super-protetora, uma mãe ansiosa, controla a linguagem;
• MÃE= Que não assumem seus filhos
AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM UMA VISÃO VIGOTSKYANA
• Linguagem como constituidora das funções mentais superiores, porém o conhecimento é adquirido nas relações entre as pessoas, através da linguagem e interação social ;
• É no significado da palavra que o sujeito encontra as respostas referentes às questões sobre o pensamento e a fala.

terça-feira, 25 de maio de 2010

ROTINA SEMANAL - EDUCAÇÃO INFANTIL

2ª feira          3ªfeira              4ª feira              5ªfeira                   6ª feira
Planejar com as crianças as atividades que serão realizadas no dia.Rodas de conversas. ☺
(Linguagem oral+Identidade e Autonomia + Natureza e Sociedade)

Leitura diária utilizando vários gêneros literários ☺
(Linguagem Escrita+Identidade e Autonomia + Natureza e Sociedade)

Jogos, regras, conceitos☺
(Matemática + Identidade e Autonomia + Natureza e Sociedade)

Interferências artísticas com exploração e manipulação de diferentes materiais, suportes gráficos e movimentos gestuais.☺
(Artes Visuais+Identidade e Autonomia + Natureza e Sociedade)

Atividades físicas ☺
(Movimento+Identidade e Autonomia + Natureza e sociedade)

Brincadeiras de roda, imitar,inventar e reproduzir ☺
(Música+ Identidade e Autonomia + Natureza e Sociedade)

Lanche de acordo com o horário de cada unidade escolar

As atividades em sala de aula deverão acontecer diariamente,conforme horários planejados em cada unidade escolar, seguindo o Projeto Educativo e o projeto de cada turma ,atendendo todos os eixos curriculares e adequando-se aos objetivos específicos.

Roda de conversas para fazer junto aos alunos uma avaliação geral sobre o dia. ☺

☺ Observação: Atividades que deverão ser desenvolvidas todos os dias

O QUE SÃO ATIVIDADES PERMANENTES?

ATIVIDADES PERMANENTES


São atividades de cuidado, aprendizagem e prazer das crianças, cujos conteúdos necessitam ser trabalhados constantemente. São aquelas atividades que podem acontecer sempre, todos os dias ou todas as semanas, dependendo das prioridades no planejamento do professor.
Através de uma análise dos RCNEIs foram relacionadas às seguintes atividades permanentes para a Educação Infantil:
• Brincadeiras no espaço interno e externo;
• Roda de história;
• Roda de conversa;
• Roda de leitores (empréstimos de livros);
• Atividades de desenho, pintura, modelagem, recorte e colagem (ateliês);
• Música (fazer e apreciação musical);
• Atividades variadas em ambientes organizados por temas ou materiais à escolha da criança, incluindo momentos em que elas possam ficar sozinhas se assim o desejarem (Faz-de-conta);
• Cuidados com o corpo;
• Jogos de escrita (bingo de letras, letras móveis e outros);
• Cuidados com o meio ambiente dentro e fora da escola;
• Jogos (numéricos, de construção e de regras).

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A DISCIPLINA EM SALA DE AULA

Outro dia esperava pacientemente na fila minha vez de ser atendido, quando um outro cidadão, sem mais nem menos, se interpôs à frente e pretextando ser amigo de um dos “pacientes” que a minha frente aguardavam, insurgiu-se e ali se instalou, deixando lá trás um mundo de resmungos. Minutos depois, esperávamos todos o elevador chegar e mal a porta se abriu uma matilha alvoroçada ingressou no mesmo, atropelando os que de lá saiam. Não demorou muito, aguardava a hora de embarque e tão logo foi feita a chamada para o vôo, uma porção de passageiros desesperados amontoaram-se à frente, deixando crianças, idosos e deficientes, com suposta preferência, entrarem por último. Sorte que os lugares eram marcados e assim não coube aos primeiros o privilégio da escolha. Entrei no vôo por último, suspirando aliviado e pensando minha sorte em não estar buscando lugar no metrô, que disputa com maior sofreguidão bem mais passageiros.
Confesso que não me habituo a essa rotina agressiva e acho muito estranho tudo isso, recordando-me de tempos atrás quando havia uma coisa civilizada chamada “fila” que, agora, parece ter desaparecido.
Nada de surpreendente no que acima se relata. Não há morador de cidade grande ou média que não percebe essa evidência, que não sabe de pai que vai a escola reclamar da falta de disciplina e atira cascas de frutas pela janela ou estaciona em mão dupla. Ser empurrado, levar cotovelada, tapa na orelha e xingamento tornou-se comum e quem desejar ficar livre desses assédios que não tente sair de casa. Ou se aprende a empurrar ou se é empurrado cada vez mais. Nada disso parece causar estranheza, mas por paradoxal que possa parecer, existem os que ficam surpreendidos com o avolumar da indisciplina em sala de aula.
A sala de aula é e sempre foi um espaço que expressa continuidade da vida, reflexo do entorno. Se assim não for, não será sala de aula verdadeira, não permitirá que o aluno contextualize em sua existência os saberes que ali aprende. Ora se a sala de aula é reflexo da sociedade e se a sociedade urbana perdeu noção de compostura e disciplina, como esperar que a escola transforme-se em um aquário social, tornando-se diferente da rua? Se aqui se fechasse esta crônica, ficaria por certo uma questão essencial. Quer dizer então que não adianta combater a indisciplina em sala de aula, uma vez que este espaço reproduz a ausência de disciplina que campeia pelas ruas?
A resposta é claramente negativa.
É essencial que se restaure a disciplina em sala de aula, que se faça desse valor um objetivo a se perseguir, não para que a sala se isole da sociedade e também não para que a aula do professor fique mais confortável, mas antes para que ali ao menos se aprenda como tentar modificar o caos urbano que o desrespeito social precipitou. Mas, como fazer isso?
Em primeiro lugar transformando-se a disciplina em um “valor”. Isto é, fazendo com que seja a mesma vista como uma qualidade humana, imprescindível à convivência e fundamental para as boas relações interpessoais. A disciplina não pode, jamais, chegar ao aluno como uma ordem, um castigo, um imperativo que partindo do mais forte, dirige-se ao oprimido em nome de seu conforto pessoal, mas como “produto” de debate, reflexão, estudo de caso e análise onde se descobre a hierarquia de povos disciplinados sobre clãs sem mando ou sobre sociedades oprimidas. A Literatura, a História e a Geografia podem se transformar em espelhos que refletem que a disciplina que se busca não é apenas a que se vê na relação professor x aluno, mas toda aquela que leva um povo à vitória, um ideal à concretização. Depois de uma ampla sensibilização sobre a disciplina enquanto valor humano cabe uma franqueza cristalina na discussão de regras, princípios, normas e fundamentos que são essenciais a todos, ainda que funções diferentes impliquem em regras não necessariamente iguais. Qual a disciplina ideal na opinião dos alunos? Qual na opinião dos professores? Quais regras são boas para todos e quais sanções cabem a quem não as cumpre? Esse diálogo não deve valer somente para se sensibilizar a classe sobre o valor da disciplina, mas para formalizar verdadeiro “contrato” que unindo interesses, exigirá reciprocidade.
Em terceiro lugar um sincero convite para que todos os membros da comunidade – alunos, pais, professores, inspetores, serventes, etc. – ajudem a escola a construir os valores que objetiva. Que se mostre o que a sala de aula está fazendo e o que espera que faça o cidadão, que se busque algumas simples regras para a comunidade que uniformizando a solidariedade, sinaliza, para a construção de um ideal. É a oportunidade para mostrar que o belo e o bom não são questão de preço, mas ação comportamental de uma comunidade. É possível imaginar o efeito de um boicote de clientes contra a instituição pública ou privada que menospreze a disciplina? A construção de regras implica tacitamente na proposição de sanções quando de sua infringência, tal como no esporte o descumprir da regra implica na falta, e estas sanções necessitam menos castigar que orientar, menos punir e bem mais relevar o sentido e a significação de se viver em grupos.
Isto mudará o mundo fora da escola, além do entorno e de sua comunidade? Ocorrerá a restauração da fila e o voltar do respeito? Impossível ter certeza, mas ainda sem ela fica a convicção de que se a comunidade não fizer da sala de aula o seu espelho, ao menos os alunos e mestres desta sala a transformarão em abrigo sereno que sonha transformar-se em pequenino modelo para uma comunidade melhor.